sábado, 21 de novembro de 2009

IV MOSTRA RECIFE DE FOTOGRAFIA

O meu vídeo Memórias e Encantos, selecionado para IV Mostra Recife de Fotografia, foi apresentado no último dia 18 no Mercado da Madalena. A Mostra faz parte da III Semana de Fotografia de Recife - 15 a 21 de novembro.2009.
A foto que aparece aí no telão é do Jeferson, artista de rua de Cambé-Pr.
Foto: Beto Figueiroa

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

PEDAÇOS DE VIDAS




Em nossos caminhos vamos deixando pedaços de nós mesmos...
A foto aí de cima que a Layssa (com 15 anos já tem um olhar especial) fez do nosso passeio pelos trilhos de Cornélio, me inspirou esta postagem com fotos que faço em minhas
habituais andanças pelas linhas de trem.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

QUE DOMINGO CHATO! - CÉLIA MUSILLI

Muito legal esta sintonia de afetos e sensibilidades via web. Leiam a belíssima crônica que a Célia Musilli escreveu inspirada nesta minha foto aí de cima:
QUE DOMINGO CHATO!

E começa aquele dia tedioso, com cara de missa das 10, quando chego a desejar que um ET apareça no meu quintal

Célia Musilli

Domingo passado reclamei de tédio no Twitter. É, como se não bastasse o Messenger, Orkut e Facebook, agora também aderi ao Twitter, o que só comprova o meu tédio via internet.
Está certo que cultivo alguns hábitos aos domingos dos quais não abro mão: feira em frente ao Cemitério São Pedro para ver de manhã, na banca de feijão, todas as variedades que minha mãe me ensinou a identificar: jalo, rosinha, carioca, bico-de-ouro, grãos reluzentes como a minha infância.
Pausa para comprar jornal, um pequeno atraso para adquirir flores mais em conta e verduras para a semana, não muitas, que é pra voltar à feira no próximo domingo quando, de manhã, Londrina parece uma cidade fantasma, com algumas avenidas quase vazias.
Também gosto de ir para a cozinha e, neste dia, faço macarronada para honrar o DNA, aí vem a leitura do jornal e uma ajeitada em tudo para que a casa não fique parecendo o Iraque no dia invasão.
Mas depois dos pequenos prazeres e de matar a fome quase insaciável das crianças, começa aquele domingo tedioso, com cara de missa das 10, quando chego a desejar que um ET desça no meu quintal, para ver se o dia ganha uma surpresa, um contorno inusitado, um acontecimento extra que me livre das outras ”atrações.”

Pudera, na TV o pior dia da semana é domingo. Só quem já pendurou as chuteiras, desistiu da vida ou decidiu pagar todos os seus pecados, pode querer ver a cara do Faustão na Rede Globo. Se mudar de canal, dentro do circuito normal, também não se encontra coisa melhor: Silvio Santos e seu sorriso congelado há 30 anos no SBT; na Band, uma programação de esporte sem fim - não estou nem aí pro Campeonato Brasileiro - e na Rede Record, vocês entendem, não dá para saber quem é pior: o bispo ou o Gugu? Páreo duro.

Como resolvi economizar eliminando a TV a cabo - ao mesmo tempo em que protesto pela repetição de filmes nos canais fechados – me dou por contente quando a TV Cultura entra sem querer lá em casa ou quando durmo ouvindo o apresentador do National Geographic falando dos hábitos “da foca-monge do Havaí.” Se os psiquiatras conhecessem o poder sonífero dos canais científicos, nunca mais receitariam remédios para dormir ou ansiolíticos para os (im) pacientes. Basta meia hora de programação sobre “as focas-monge do Havaí.”

Quando nada me agrada na televisão, vou à locadora descolar uns filmes. Mas como tenho um gosto diferente, não adianta procurar “Caos Calmo”, de Antonio Luigi Grimaldi. O jeito é me contentar com “Ele Não Está Tão a Fim de Você” e alguma coisa que sossegue as crianças por umas duas horas.

Então, restam os jornais, os livros, uma caminhada e a internet, onde estreei no Twitter com a seguinte mensagem: “Eita, domingo chato! Um ET bem que podia baixar aqui em casa.”

Na segunda-feira, recebi do fotógrafo Walter Ney uma resposta: “O meu também estava chato, mas saí para fotografar.” E me enviou uma bela imagem, entre outras da sua galeria. A foto é de uma festa domingueira, festa de bairro, mãe e filho no colo. No cenário, balões vermelhos para lembrar que a vida pode ser simples e ter um colorido extra.
Olhei a imagem e pensei que eu bem podia fotografar para escapar do Gugu aos domingos. Mas não tenho técnica, nem talento. Então, respondi ao Walter Ney: “Puxa, assim até a segunda-feira fica boa.” E senti vontade de passar um domingo numa festa de bairro, onde não há Twitter nem os ETs que às vezes aparecem aqui em casa, mas só na telinha, o que não tem muita graça.

http://www.sensivelldesafio.zip.net/
Crônica publicada no jornal Folha de Londrina - 01.11.2009